sábado, 23 de maio de 2015



Eu tenho medo do seu sorriso
do seu abraço,
do seu momento inconsequente de palavras.
Mas fique perto, chegue mais perto,
puxe uma cadeira e me puxe pra dançar.
Não se distraia com meu olhar putrefado. 
Não se perca com meu tempo, com meu sorriso,
com meu abraço, com o barulho mudo de palavras.
Não se perca de mim.
Não se perca de vista, não me deixe sentado.
Não me deixe só, só.
Não destrua meu músculo com suas mãos,
Não me destrua com seu tato
Não me destrua, confie em mim.
Mesmo que seja falho, fraco, finito.
Não tenha medo do meu sorriso
Como eu tenho medo do seu.

Vitoria


...Era tarde da noite quando nos cruzamos em uma rua qualquer, eu já nem recordava a última vez que o tinha visto, ele parecia o mesmo, um cigarro e uma garrafa, ele sempre foi tão diferente de todo o resto, a forma com que se destacava sem querer em meio as outras pessoas, sempre um pouco deslocado, com aquela dor recolhida no olhar, ele era aquelas pessoas que você nunca se imagina convivendo, até que o conhece e não quer que ele saia mais da sua vida. Ele realmente parecia o mesmo, mas no momento em que seus olhos cruzaram com os meus, percebi que as coisas haviam mudado, ele ainda era o mesmo, o garoto sonhador, e auto-destrutivo que conheci, mas algo havia mudado nele, não havia mais aquela aura de auto-piedade em torno dele, mas ela parecia mais frio do que sempre fora, algo tinha mudado, só percebi o que era, quando me cumprimentou, sem parar, e simplesmente seguir. 
Quando você o conhece, não quer que ele saia mais da sua vida, eu quis, pedi por isso, e ele atendeu meu pedido...

S.