E no fim das contas ainda sou uma criança.
Que carrega uma fé cega nas pessoas, uma esperança inexplicável de que tudo dará certo.
Que ainda tira os pés do chão e se perde em sonhos loucos.
Que ainda trás um sorriso bobo, um ar brincalhão.
Criança, que chora, que rala o joelho, que ainda tem medo do escuro.
Não pela escuridão, mas pelo vazio que há nela.
Que tem medo de perder, tem medo das pessoas, e tem medo de ter medo.
Criança que quer colo, precisa de carinho.
Que acredita que crescer não seja assim tão ruim, mas tem medo de se perder,
de si mesma, quando crescer, perder os sonhos, perder os planos. Esquecer.
Esquecer o riso leve e fácil, do tempo e histórias vividas, dos amigos e de si.
Trás consigo os olhos de criança, e o coração de adulto, que teme crescer,
pois sabe que lá fora, o mundo é duro e frio, e sem espaço pra ser criança.
S.
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