quinta-feira, 4 de dezembro de 2014


...Eu sabia que quando a noite chegasse ele poderia por alguns segundos, respirar, se reencontrar dentro de si mesmo, olhar o intenso daqueles olhos verdes de um garoto sonhador, que ele havia sido anos atrás.
Ele olha no espelho e se sente pequeno, pensa nos seus passos até aqui, e se pergunta se foram certos, onde os próximos o levaram? Por alguns instantes ele sorri, ele lembra de suas histórias, seus amores, seus planos, quase posso ver aquele meio sorriso que ele sempre me lançava, os olhos se estreitando um pouco e ele perdendo o jeito.
Tão estranho lembrar tão vivamente de algo que há tempos não vejo, o riso leve, a falta de preocupação com o futuro, um sonhador, que acredita que tudo sempre vai ficar bem, mas em segundos tudo isso desaparece e ele deixa seu corpo cair no seu abismo particular, os aromas de café e cigarros o rodeiam e trazem um pouco de conforto pro seu coração.
O tempo passa, minutos, horas, até que ele se levanta mais uma vez, veste sua armadura, e vai em busca do riso artificial, e a alegria superficial que a noite lhe convida a beber....

S.

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