sexta-feira, 21 de agosto de 2015



Maktub,

Particípio passado do verbo Kitab,
É a expressão característica do fatalismo muçulmano
Maktub significa "estava escrito" ou melhor
"tinha que acontecer".
Essa expressiva palavra dita nos momentos de dor ou 
angústia.
Não é um brado de revolta contra o destino.
Mas sim, a reafirmação do espírito plenamente resignado
diante dos desígnios da vida. 

Oriente

quinta-feira, 13 de agosto de 2015



"...Rachaduras em todos nós. Como se cada um tivesse começado como um navio inteiramente à prova d'água. Mas as coisas vão acontecendo...as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos... e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável.
Quando começa a chover dentro do Osprey, ele nunca vai voltar a ser o que era. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, porque vemos além de nós mesmos, através das nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através das rachaduras deles. Quando foi que nos olhamos cara a cara? Não até que você tivesse visto através de minhas rachaduras, e eu, das suas. Antes disso, estávamos apenas observando a ideia que fazíamos um do outro, tipo olhando para as sua persiana sem nunca enxergar o quarto lá dentro. Mas uma vez que o navio se racha, a luz consegue entrar. E a luz consegue sair."

Cidades de Papel

segunda-feira, 10 de agosto de 2015



"Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que for isso
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca de crocodilo
Braço na Vênus de Milo acenando tchau

Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro: esse hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo (...)

(...) Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver..."

Zeca Baleiro

sábado, 8 de agosto de 2015



...E então ontem a noite o vi mais uma vez, em meio a garrafas e cigarros, com pessoas a sua volta, uma daquelas noites em que o riso e fácil e a cerveja gelada.
Seria simples pra qualquer pessoa, gostar dele assim, nessas noites leves, nesses momentos, nessas noites e quando é mais simples se perder em toda a imensidão que ele é. Sempre gostei de ver ele assim, mesmo que de longe, aquele meio sorriso sempre me conquistou, mas ontem, algo estava diferente, era além do normal.
Sempre soube o que se passa na vida dele, mesmo que sem querer saber, eu sempre soube e sei agora também. Pra qualquer um, seria fácil achar que o álcool que fazia seu lábios se curvarem e o sorriso verdadeiro, mas pra mim não, soube disso, no momento em que ele passou por mim, ele me cumprimentou e sorriu pra mim, e vi seus olhos verdes com aquele brilho travesso de outrora, e seus olhos sorriam pra mim.
Nesses poucos segundos, soube que era "ele", ele estava de volta, o mesmo garoto de antigamente, carregado de sonhos, planos e idéias mirabolantes, era ele tinha certeza que era ele, meu menino sonhador havia retornado....


S.