terça-feira, 22 de agosto de 2017

Carta Três

É estranho como as vezes coisas boas, nos deixam poucas recordações, digo, recordações físicas, lembranças eu tenho muitas, lembra da primeira noite? Sempre gostei de clichês, mas amor a primeira vista, não acredito nisso, mas se existe algo próximo a isso, foi a conexão que tivemos aquela noite, acho que nunca encontrarei palavras pra descrever toda a intensidade. E mesmo assim só temos duas fotos juntos.
Sempre lembro de tudo quando vejo uma das fotos, e gostaria de dizer que não me arrependo de nada, mas estaria mentindo pra mim mesmo, você, a gente, sempre será o grande "e se?" da minha vida, sabe eu mudaria algumas coisas, mas prefiro não pensar nos erros do passado, porque ambos erramos, mas mesmo com erros nunca deixamos de observar um ao outro, e desejar a felicidade um do outro, e acho que isso é o mais perto de um "pra sempre" que algumas pessoas podem chegar.

Alexander

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Carta Dois

Sabe, eu gostava muito de escrever, romantizar meus dramas adolescentes, poetizar a minha dor, até mesmo conseguia ver uma certa beleza na tristeza, hoje acho que escrever é uma forma de conservar minha sanidade.
Então Louise, eu não sei quantas cartas irei escrever, mas irei escrever, não na esperança que minhas palavras mudem alguma coisa, admito que gasto muito tempo pensando em futuros improváveis em que as coisas sejam diferentes, mas não seriam essas palavras que iriam fazer que ele aconteça.
Mas escrevo pra você, porque é você, sempre foi você e continua sendo, você consegue entender até mesmo o que não digo, todas as coisas inclusas nessas palavras, você ainda pode ver através das grades?
Eu gostava muito de escrever, mas com o tempo muito foi se perdendo, acho que até mesmo eu me perdi, nem sei ao certo quando aconteceu, mas agora já não  sou mais eu mesmo, infelizmente o garoto daquela noite não tem dado as caras, não consigo mais ver beleza na minha tristeza, hoje ela só é desesperadora...

Alexander

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Carta Um


Fomos um casal improvável, né?
Desde o início suas amigas me detestaram, sua mãe me odiou e seu pai...nunca saquei bem o seu pai na verdade.
Mas a gente conseguiu, mesmo com toda a adversidade, a gente conseguiu que desse certo, até dar errado.
Sabe Louise, a dias quero te escrever, mas é absurdamente difícil pra mim escrever pra você, parece estranho, mas a minha consciência tem a sua voz, então é complicado escrever pra você, quando você me diz o que escrever. Eu sinto falta da sua voz rouca.
Sabe eu não sei ao certo o porque, mas você sempre teve um poder sobre mim, e os anos não apagam isso, os anos apagam poucas coisas na verdade, ainda trago muitas lembranças.
Lembro de pegar o ônibus nos fins de semana pra ir ver você, eram poucos minutos até chegar, mas no trajeto, tinha tempo suficiente pra pensar em tudo que poderia acontecer, nos dias que se seguiriam, na vida que seguiria, todo um futuro pra gente, lembro de sentir o coração acelerar quando descia do ônibus e via você me esperando.
Lembro de passar uma tarde vendo aquele filme infantil de que eu não lembrava a história, e sempre tirar com a sua cara porque " Meu como você não viu esse filme?!", você dizia me odiar, mas com seus olhos sorrindo pra mim.
Ah Louise, tenho tanta coisa guardada em mim!
Queria estar naquele ônibus agora, com toda a ansiedade, todo o nervosismo, porque eu sabia, que aquele ônibus, me levaria pra onde eu sempre queria voltar.



Alexander