sexta-feira, 4 de setembro de 2015



...E em meio ao tintilar de copos e risadas, ele permanecia em silêncio, em meio a fumaça com uma garrafa em sua frente, se perguntando porque tudo lhe parecia tão fora de contexto, porque ele não parecia se enquadrar em meio a tantos risos e alegria.
O ver bebendo sozinho nunca fora um bom sinal, mas acho que nessa ocasião nem ele sabia o que acontecia, só via o reflexo de seu interior naquela garrafa vazia, e no cigarro que se consumia sozinho entre seus dedos.
Quando a segunda garrafa veio, acendeu outro cigarro, encheu o seu copo, um gole amargo de torpor, ele tinha que se perder antes de se encontrar mais uma vez, e assim o faria, deixaria que sua mente se perdesse e fosse aonde ele não queria ir.
Quanto mais bebia, mais cinza e vazio seu olhar me parecia, e mais intensa se tornava sua dor, enfim ele havia entendido o que acontecia com ele, Setembro em fim havia chegado outra vez, trazendo tudo a superfície, novamente, o começo do seu fim veio assombra-lo mais uma vez.
O seu copo e um cigarro acesso permaneceram sobre o balcão, quando ele saiu com os olhos mareados e uma garrafa como sua única companhia...

S.

Nenhum comentário:

Postar um comentário